MÁRIO SOARES
O ÍCONE DA DEMOCRACIA PORTUGUESA
Mário Soares
eternizou-se.
Há pessoas que
pela sua dimensão não têm idade, visionárias, estão para além do seu tempo, os
anos passam os ideais não envelhecem, são feitos de uma fibra diferente do
comum dos mortais. Mário Soares é uma dessas pessoas.
A 7 de dezembro
de 1924, nasce em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, filho de Elisa
Nobre Baptista e João Lopes Soares que desde cedo lhe veiculou ideias de “oposição
democrática”. Nos anos 40 começa a sua atividade política. Em 1945 é preso pela
primeira vez pela PIDE. Lutou pela liberdade em Portugal, combateu a ditadura,
conheceu a mão da polícia política, as perseguições, esteve preso no Aljube e
em Caxias, deportado para S. Tomé e Príncipe, acaba exilado em França, entre
1970 e 1974, na sequência de um processo em que é acusado de “traição à
pátria”. A 25 de Abril de 74 é finalmente instaura a democracia em Portugal.
Nunca desistiu.
Em 1973 é eleito
secretário-geral do Partido Socialista fundado nesse mesmo ano, em Bad
Munstereifel, nos arredores de Bona, Alemanha, resultante da reunião de um
grupo de socialistas que decidem transformar a Ação Socialista Portuguesa num
partido politico. É secretário-geral do PS durante 13 anos, Primeiro-ministro e
Presidente da República entre 1986 e 1996. Em 1999 é cabeça de lista do PS às
eleições europeias e a sua atividade política continua. É desde sempre uma
referência no PS.
O caricaturista
Augusto Cid, em 1996 publicou o livro “Soares é Fish” inteiramente dedicado a
Mário Soares que no prefácio escreve: acho-lhes
[às caricaturas] sinceramente graça e considero-as uteis, mesmo quando um pouco
injustas, para despertar o espírito critico da nossa gente, sobretudo dos jovens,
que se devem habituar a não receber as ideias feitas e as consagrações
estabelecidas pela rotina do tempo, sem espírito critico e sem alguma
contestação.
A minha geração
nasceu na ditadura e foi educada em liberdade graças aos ideais e à ação de mulheres
e homens como Mário Soares. Por isso lhe serei eternamente grata. Na
candidatura às eleições presidências de 2006 estive a seu lado, com a convicção
que aos 81 anos continuava muito à frente da sua época. Ele será sempre o
Presidente de todos os portugueses. Em 2009, Mário Soares dava uma entrevista
onde reafirmava a importância da política: Desacreditando-se
os políticos e os partidos, desacredita-se também a democracia. E isso é
péssimo.
Este homem passado
6 anos, na sua mais absoluta lucidez, escrevia no Diário de Notícias: Na verdade, por mais graves que sejam os
tempos que se avizinham, não devemos perder a esperança. Foi sempre alimentando
a esperança num mundo melhor que as sociedades – e as pessoas – foram capazes
de progredir. Lutando pelos grandes ideais da paz, da liberdade, da
solidariedade, da justiça social e dos Direitos Humanos. É por isso que em
momentos de crise não podemos – nem devemos – prescindir das conquistas
sociais.
Mário Soares faz parte da memória coletiva do povo português.
Mário Soares é futuro para quem acredita e
luta pelos Valores “Liberdade”, “Democracia” e “Direitos Humanos”.
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