De regresso à escola para uns e início de uma nova vida para outros, todos com novos desafios. Neste próximo ano lectivo perspectiva-se a entrada numa nova era para quem vai pela primeira vez para a escola.
Se nos recordarmos do nosso primeiro dia de aulas e pensarmos que as crianças que este ano começam a frequentar o primeiro ciclo vão ter um computador portátil como instrumento de aprendizagem, facilmente percebemos que estamos no futuro. Estes sinais confrontam-nos claramente com os desafios do novo mundo, de uma sociedade em que a tecnologia está a mudar significativamente a forma de nos relacionarmos com o conhecimento.
Numa leitura mais conservadora pode-se colocar a hipótese de se estar a contribuir para um maior distanciamento entre os alunos. No entanto, se olharmos a situação numa lógica mais moderna compreender-se-á que se estão a substituir os meios de aprendizagem e a educar as nossas crianças para responderem com mais competências aos desafios da modernidade, numa perspectiva de igualdade de oportunidades para todos.
O facto de todas as crianças terem acesso a aprender com os mesmos meios tem outro benefício, o de se combater as desigualdades sociais. O mesmo acontece com a introdução do ensino do inglês em todos os anos do primeiro ciclo, o que denota a existência de uma visão clara sobre as condições que os alunos de hoje precisam para que a sua formação seja uma ferramenta útil no futuro numa sociedade aberta, global.
Os professores, habituados a adaptarem-se a novos desafios, estão confrontados com mudanças significativas na forma de ensinar. Os novos meios tecnológicos são auxiliares preciosos para tornarem o ensino mais atractivo e próximo daquilo que são os novos brinquedos das crianças. Assim, para eles também será importante a aposta na sua própria formação.
Às autarquias, peças fundamentais da comunidade educativa, fica o desafio de assumirem as novas responsabilidades com a convicção de que é fundamental para os pais e professores terem um interlocutor próximo que os ajuda a resolver as dificuldades e participa activamente na construção de uma escola de sucesso.
A descentralização progressiva de competências do Governo para as autarquias ao nível da gestão dos recursos, humanos e materiais (instalações e transportes) e dos próprios conteúdos, do ensino básico é uma oportunidade de tornar as nossas escolas cada vez mais aptas a responder às necessidades do meio onde estão inseridas. A proximidade e acessibilidade das autarquias aos cidadãos certamente vão contribuir para que tenhamos comunidades educativas cada vez mais vivas.
Aos pais, na qualidade de principais responsáveis de educação dos seus filhos, fica o desafio de serem parceiros de uma escola que está a formar os seus filhos para serem cidadãos do futuro e à comunidade o de sentir cada vez mais a Escola como sua!
Artigo publicado no Jornal "Diário do Sul", 2 de Setembro 08.
Sem comentários:
Enviar um comentário