Acontece que nem sempre reparamos no que se passa à nossa volta mas as coisas vão acontecendo. Assim, acontece que na passada semana, durante a “Mostra de Produtos Regionais do Alentejo”, um membro da Confraria dos Gastrónomos do Alentejo sugeriu-me que escrevesse sobre este evento em que também participou a Confraria dos Enófilos do Alentejo e que decorreu na Assembleia da República, numa organização da Região de Turismo do Alentejo.
Em sua opinião, as pessoas precisam de conhecer melhor a dinâmica da Assembleia da República, a diversidade de actividades que promove e apoia. Eu também partilho da opinião que estes eventos constituem uma oportunidade de abertura da Assembleia ao exterior e, no caso concreto de afirmação das comunidades e das regiões, num espaço onde têm assento e que espero se reforce no futuro com a regionalização.
Acontece que é importante percebermos que existem outras de formas de participação dos cidadãos e do Alentejo, em particular, no trabalho da Assembleia da República e de promover a abertura da Assembleia. A questão que as pessoas me colocam é: então como é que isso acontece? Na verdade existe uma dinâmica na relação da Assembleia com o cidadão que ainda não é percepcionada pela generalidade da sociedade.
As visitas realizadas por associações, escolas e pelas mais diversas organizações, permite uma percepção mais ajustada da vida da Assembleia e do próprio trabalho dos Deputados. Acontece sempre que uma entidade me propõe uma visita à Assembleia, organizar uma visita guiada e um momento de debate sobre o nosso trabalho. Na verdade é frequente, as pessoas ficarem agradavelmente surpreendidas com a realidade que encontram. Os exemplos mais recentes aconteceram com um grupo de alunos do primeiro ciclo da Escola de Monsaraz e com um grupo de cidadãos de Evoramonte.
Nas audições realizadas pelas Comissões Parlamentares, sempre que possível, proponho a participação de especialistas ou organizações do nosso distrito que intervém directamente nas áreas e nos problemas objecto de análise. Aconteceu por exemplo, quando realizámos audições sobre o sistema de protecção das crianças e jovens, a violência doméstica e mais recentemente, a situação da adopção. Desta forma a nossa realidade é conhecida e tida em consideração na legislação e orientações emanadas do Parlamento.
Mas acontece também que as novas tecnologias permitem seguir de perto o trabalho no Parlamento. O último Debate da Nação foi seguido por milhares de cibernautas, muitos deles alentejanos, e acompanhado atentamente por três gerações, numa iniciativa da SIC, através do blogue do Parlamento Global. De facto, hoje existem múltiplas formas de promover a comunicação entre os eleitos e os cidadãos que devem ser potenciadas e utilizadas de forma complementar.
Por último, uma nota para registar a inauguração da extraordinária obra de requalificação do Museu de Évora, que no passado dia 29 de Junho Dia da Cidade, abriu ao público. Acontece que por empenho do Governo temos uma Museu rejuvenescido, aberto à cidade e aos turistas que nos visitam, onde a modernidade, projectada pela luminosidade do Alentejo acolhe, de forma ímpar, a antiguidade da nossa cultura rica e ancestral.
Estes acontecimentos têm em comum a dinâmica de uma sociedade que está a mexer mesmo quando não se dá por isso. Acontece que temos uma sociedade cada vez mais interactiva. Acontece que “quando o homem sonha a obra faz-se”, dentro de nós, no Alentejo ou no Parlamento.
in Jornal "Diário do Sul"
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