Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.

A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.

As mulheres. Iguais mas diferentes

Escrever sobre nós, as mulheres, é sempre uma oportunidade de trazer à colação algumas questões que ainda não estão muito claras na sociedade portuguesa. Por isso optei por fazer um apontamento sobre três coisas aparentemente diferentes.


Primeiro apontamento. O gosto de ser mulher. Nunca apreciei a ideia das mulheres terem de se parecer com os homens para se afirmarem. Desde os detalhes mais fúteis, associados ao aspecto físico, até às suas atitudes e áreas de interesse profissional e pessoal. A questão é que as mulheres não são homenens e não têm de ser como eles. Feminino e masculino são diferentes, embora complementares, razão pela qual a vida em sociedade beneficia da participação de ambos na construção de uma visão plural das coisas.


O debate sobre a origem biológica ou cultural das diferenças não é relevante para aqui, apenas que há diferenças que se transmitem entre gerações e que tornam o relacionamento entre todos muito mais rico e interessante. E, muito importante, essas diferenças não implicam, bem pelo contrário, a discriminação dos direitos e deveres de cada um, embora isto ainda não seja muito claro para todos.Todos conhecemos situações destas no trabalho, na política, na família, etc.

Segundo apontamento. O lado negro da coisa. No momento em que se assinala o 25 de Novembro - Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher, seria expectável escrever demoradamente sobre esta problemática, mas precisamente porque o assunto está na agenda mediática não vale a pena dar-lhe aqui particular destaque hoje.

Mais, a ideia de se continuar a assinalar este Dia nas sociedades desenvolvidas, é sinal de um profundo estado de subdesenvolvimento humano. Por um lado, nos nossos dias ainda é frequente morrerem mulheres vítimas de maus tratos infligidos pelos companheiros, em Portugal. Por outro lado, porque ainda continua a existir a ideia falsa que, em muitos casos, as situações de maus tratos apenas se mantêm porque as mulheres permitem, ignorando-se tudo o que a literatura científica diz sobre este problema, nomeadamente sobre o que leva essas mulheres a não terem força para se afastarem dos agressores. Fico por aqui.
Terceiro apontamento. Esperança. Relembro as palavras da grande senhora do teatro, Eunice Muñoz, no programa Grande Entrevista, onde disse que a vida lhe tinha ensinado a ser humilde porque percebeu que todos somos apenas pessoas e quem pensa que é mais do que isso está enganado. Eunice alia a experiência de vida a um estado elevado de consciência ética. Se esta consciência estivesse mais generalizada, o respeito entre as pessoas seria maior e a cidadania portuguesa mais madura. O respeito pelos direitos e deveres de cada um passa também por questões deste género. Um dia as coisas vão mudar.

2 comentários:

Cla disse...

Parabêns pelo Blog !

Cla disse...

Parabéns pelo Blog !