A tragédia que recentemente se abateu sobre a Madeira, mas que também está atingir outros lugares do mundo, leva-nos a reflectir sobre a forma como, em geral, agimos e respeitamos as regras de protecção e segurança. Enfim, é mais do que uma simples reflexão porque no limite pode estar em causa a nossa própria sobrevivência. Apesar de todas as tentativas para se desenvolver uma cultura de prevenção, continuamos a não ter uma atitude de aposta na criação de condições objectivas para evitar que determinados problemas ocorram.
As recentes alterações climáticas são expressão evidente do profundo desrespeito da humanidade pelo ambiente. Da mesma forma, a falta de respeito pelas regras de ordenamento do território podem provocar danos irreparáveis para todos. No fundo, está em causa a necessidade de uma profunda mudança de mentalidades que começa na forma como cada um de nós respeita, ou não, as regras mais elementares da vida em sociedade, e acaba numa verdadeira cultura de prevenção.
O discurso da prevenção encontra-se associado às mais diversa questões desde a prevenção rodoviária, à protecção e segurança no trabalho, à prevenção da violência, entre outras. Hoje em dia encontra-se colado praticamente a todas as áreas. Felizmente já começamos a ter práticas interessantes a este nível mas mesmo assim, não falta quem se apresse a desvalorizar as medidas tomadas em tempo próprio.
Em Portugal, a forte e bem sucedida campanha de prevenção da Gripe A, é disso exemplo. Face à facilidade de contágio e risco de rápida propagação da doença entre a população, foram lançadas medidas preventivas pelas Autoridades de Saúde. Esta atitude revelou sentido de responsabilidade e capacidade de atacar o problema no tempo próprio. E claro, como felizmente não ocorreu uma tragédia ouve logo quem viesse criticar, ridicularizando o excesso de medidas e a despesa feita. Na verdade, em matéria de seguros de vida nunca se deve fazer o seguro no dia seguinte ao da morte ou invalidez.
Numa época marcada pela imprevisibilidade em todas as frentes, é difícil controlar todos os riscos. Este condição das sociedades actuais ainda torna mais necessário o investimento na prevenção. As estratégias deverão ser continuadas e desenvolvidas de forma concertada, mas cada um pode olhar à sua volta e tentar perceber o que depende de si. Os ganhos com a prevenção estão demonstrados.
Uma prevenção eficaz exige ideias claras do que se pretende diminuir ou evitar, bem do que se quer obter. Este é o desafio que temos pela frente. Os dados estão lançados, durante demasiado tempo apostámos na sorte. Agora, mais do que nunca as coisas também estão nas nossas mãos. É tempo de levarmos a sério a prevenção.
Afinal a vida em comunidade começou por ser determinada pelo instinto da sobrevivência e da protecção duns pelos outros. Hoje nas sociedades civilizadas e modernas a segurança é inequivocamente um indicador de qualidade.
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