Regionalização. Alentejo uma Região em Desenvolvimento.

Todos somos embaixadores do Alentejo, cada um faz o que pode

O Alentejo é o Alentejo, o resto é conversa. Todos sabemos que somos poucos e que isso faz toda a diferença. Aliás, só assim se compreende que uma região com uma posição geoestratégica como a nossa, entre o mar e a terra, Espanha por vizinha, com um património cultural e paisagístico riquíssimos e um horizonte a perder de vista, continue ainda sem ter a pujança que a sua natureza lhe permite.

É claro que há factores históricos e outros, e mais não digo, que estão associados a esta dificuldade estrutural da região se afirmar no cenário nacional. Todos os que conhecem o Alentejo profundo, os lugarejos recônditos perdidos na planície, têm consciência que a vida não tem sido fácil. No mundo rural, nas vilas e aldeias, há coisas a fazer, por vezes pequenas coisas que representam muito para o bem estar e para o quotidiano daquelas gentes.

Mas porque a tradição está a mudar, nos últimos anos temos assistido a um Alentejo que todos os dias se revela na sua força e potencial. É isto que nos deve levar a proclamar ao mundo que o Alentejo é um destino com futuro. Já escrevi várias vezes, e não me canso de repetir, que, para quem sempre viveu no Alentejo, é surpreendente que Alqueva tenha atingido a cota máxima, este Inverno.

Em criança acompanhava a família à pesca, no então rio Guadiana, e fazia piqueniques no "Moinho do Gato". Confesso que nunca imaginei que passados uns anos, pudesse navegar num galeão holandês do século XVII, em Alqueva, a ver trovejar em Espanha. E muito menos ouvir os amigos dizer: "Vamos alugar um barco-casa, em Alqueva, para passar um fim-de-semana diferente com as crianças".

Alguém diria que iria ser instalada a maior central de energia solar do mundo, em Moura? E que a empresa eborense "Lobosolar" se apresentava no mercado internacional como uma resposta inovadora no campo da produção de painéis fotovoltaicos, contribuindo para conferir a Portugal, vantagem competitiva no campo das energias renováveis? Ou que o Grupo Delta-Cafés, criado em 1961, em Campo Maior, pelo comendador Rui Nabeiro, iria hoje ter uma forte vocação exportadora e a liderança neste segmento de mercado?

E já não falo da nossa oferta turística espalhada por todo o Alentejo e que nos últimos tempos teve uma evolução exponencial, em qualidade e diversidade de respostas, desde hotéis modernos até ao Turismo de Aldeia. Destaco o ZMar, um inovador parque de campismo que obedece às melhores práticas ambientais, situado no litoral alentejano, em Zambujeira do Mar.

O Alentejo recebeu o Óscar para a Melhor Região de Turismo Nacional deste ano, depois de ter sido atribuído ao Algarve por três anos consecutivos. É também por isto que defendo que todos estamos convocados para ser "embaixadores do Alentejo". Em tempo de férias, o Alentejo oferece condições para fazermos férias "cá dentro" ou para o promovermos "lá fora".

Por último, sublinhar o papel que a imprensa regional pode ter na divulgação de uma imagem construtiva da região. É importante registar que fora dos grandes centros, os jornais regionais são mais lidos que os nacionais. No Alentejo, por exemplo, a divulgação do "Diário do Sul" supera extraordinariamente os jornais nacionais. Assim, deixo aqui uma palavra de incentivo a toda a imprensa regional para que continue a investir e aposte cada vez mais na qualidade, força!

A minha mensagem é: Além Tejo, está o Alentejo em forte expansão.