O FENÓMENO
Certas coisas são estranhas.
A pergunta que qualquer um faz é: Como é que o PSD, na Assembleia Municipal de Évora, vota favoravelmente uma moção da CDU que afirma: "Presidência da República e Governo, não cumprem princípios constitucionais"? Dito de outra forma, um acusa o Presidente da República de violar a Constituição e o outro concorda e ainda subscreve, embora seja um dos Partidos que apoia o Presidente.
É estranho que o PSD vá a reboque de tudo o que a CDU diz, sem sentido critico. Em causa está um assunto de grande sensibilidade, o transporte de doentes não urgentes. O PSD bem sabe, e já o procurou resolver quando foi governo, que há situações irregulares de transporte de doentes não urgentes.
Mas há outra pergunta a fazer: Como é que a bancada da CDU vota a favor de uma moção do PSD pouco rigorosa, com o intuito de vilipendiar o Governo, que manipula os números das listas de espera de Oftalmologia e Pediatria para deturpar a realidade e transmitir uma má imagem do Hospital do Espírito Santo e dos seus profissionais?
O PSD foi buscar os números máximos de tempo de espera, como se fossem os tempos médios, criando uma realidade artificial. Ora, todos sabemos que há situações que precisam a todo o momento de ser corrigidas, mas está a ser feito um esforço hercúleo e bem conseguido por parte do Hospital para dar resposta às listas de espera.
As moções podem tratar de assuntos importantes, mas nada justifica a falta de rigor e um discurso excessivo que nos leva a perceber que exploram os assuntos para servirem de pedra de arremesso contra o Governo. Para quem assiste fica a sensação que PSD e CDU estão próximos, que acabam por se entender e apoiar na frente comum de ataque ao Governo.
Do PS e PSD, cada vez mais, as pessoas esperam que se entendam naquilo é fundamental. A saúde é uma das áreas que exige políticas concertadas, com medidas que permitam a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde. Todos já percebemos que não vamos poder pagar tudo, que é necessário definir prioridades e esta área é uma delas, em que terá que haver equidade e justiça.
Para o PS, na qualidade de Partido Político que criou o Serviço Nacional de Saúde, é essencial que se concentre naquilo que sempre o orientou: garantir a qualidade do Serviço de Saúde, a equidade de acesso e a justiça na aplicação dos dinheiros públicos. É isto que desejamos venha acontecer com o futuro regulamento de transporte de doentes, que ainda está a ser preparado. Nesta matéria, como noutras, o Alentejo pelas suas características (dispersão geográfica e fraca rede de transportes públicos), espera continuar a contar com a solidariedade e compromisso do Governo.
Deixo para acabar três exemplos, concretos, do investimento do Governo, na região. No Alentejo, a emergência médica expandiu-se nos últimos anos de forma inigualável, contribuindo para uma melhor resposta em situações de vida ou morte. Finalmente, temos a funcionar há mais de um ano, no Hospital de Évora, a tão esperada resposta ao nível da radioterapia, essencial para tratar doentes oncológicos com humanização e proximidade, bem como a qualificação e modernização da resposta do Serviço de Cardiologia.
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