Carolina fez a troka certa
Nasceu na Guarda em 1877, chama-se Carolina Beatriz Ângelo. A sua força de vontade e inteligência fizeram que prosseguisse os estudos. Em 1902 formou-se em medicina, tornou-se a primeira cirurgiã portuguesa. Em 1911, Carolina foi a primeira mulher portuguesa a votar.
Numa sociedade rural e numa época em que raras pessoas tinham oportunidade de estudar, sobretudo as mulheres, Carolina fez a troka certa: investiu na sua educação. Uma opção exigente. Em boa verdade, em 2012 muitos jovens ainda ficam pelo caminho. É reconhecido o forte investimento dos últimos anos no entanto, o nosso sistema educativo ainda tem uma grande margem de evolução.
Segundo o relatório "Estado da Educação 2010", editado recentemente pelo Conselho Nacional de Educação, no princípio da década de 80, a taxa de escolarização no 1º ciclo atingia os 100%. No entanto, o ensino secundário só atingiu o seu valor mais elevado em 2007/08 com 63%. E, por exemplo, as taxas de transição do sucesso escolar no 12º ano têm oscilado entre 47,5%, em 2000/01 e os 67,3% em 2007/08.
O que é que isto significa? Que temos de ter políticos que compreendam a importância do percurso de Carolina. Se queremos sair da crise e evoluir temos de apostar na educação. A baixa qualificação dos portugeses é um dos fatores associado à fraca produtividade e competitividade do país. Sem pessoas qualificadas o país regressa ao passado.
Por isso, é preocupante que o memorando da Troika estique tanto a corda da educação. Na versão de Dezembro de 2011 está prevista uma redução de custos na ordem dos 380 milhões de euros. Será que este corte é compatível com o desafio de combater a baixa escolaridade e o abandono escolar precoce, e aumentar a qualidade do ensino?
Carolina Beatriz Ângelo percebeu a importância que a educação tem para o desenvolvimento das sociedades e para a edificação da Democracia. O Futuro constroi-se com os alunos das escolas de hoje e com o investimento das famílias na Educação. Ora, se isto é verdade, quando está em causa o desenvolvimento de um país, ressalta a necessidade de um forte investimento público na democrarização e sucesso da educação.
Portugal precisa. A educação promove e fortalece o crescimento.
Sem comentários:
Enviar um comentário