Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.

A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.

NOBEL DA PAZ 2012 Uma distinção merecida para o Povo Português

O prémio Nobel da Paz 2012 devia ser entregue ao Povo Português, pela fraternidade existente entre os portugueses, pela inexistência de conflitos e manutenção da paz e pelo seu empenho em contribuir para a resolução de uma crise financeira internacional, requisitos exigidos para a atribuição deste Nobel.
A sociedade portuguesa está a fazer um esforço impar para se aguentar. O desemprego aumenta, os salários estagnam, os subsídios de férias e de Natal estão suspensos para muitos, o consumo cai a pique e os portugueses mantém-se firmes e hirtos perante sérias dificuldades. Por isso, o Governo devia agradecer todos os dias aos portugueses pela sua paciência  e condescendencia para com aquilo que autointitula de "política de sucesso" sem que se vejam resultados.
No entanto, o diabo está nos detalhes do discurso do Governo. Para o ilustrar nada melhor que refletir sobre algumas teses que vamos ouvindo repetir como se fossem evidências da natureza e que não auguram bom resultado para o bem-estar e coesão da sociedade portuguesa. Deixo apenas 3 dessas ideias.
1. "Não têm de existir direitos universais, mas sim a satisfação de direitos para os que mais precisam". É uma falácia e o pretexto ideal para desacelerar o investimento em serviços públicos de qualidade para todos, a começar no Serviço Nacional de Saúde e na Escola Pública. É um retrocesso inadmissível num país que estava a fazer caminho nos indicadores de saúde pública (a mortalidade infantil baixou de forma muito expressiva, tal como a incidência de AVC, etc.) e que ainda tem um longo caminho a percorrer ao nível da qualificação dos portugueses.
2. "O Estado não cria emprego, o seu papel é criar condições para as empresas criarem emprego". Diria que todos sabemos que não é esta a vocação principal do Estado, mas as instituições e serviços públicos também são entidades empregadoras, os seus funcionários pagam impostos, certo? As autarquias, as polícias, os tribunais, os hospitais, os centros de saúde, as escolas, as bibliotecas, os museus, as finanças, etc. são o quê? Mais, tem o demérito de reforçar a pretensão da direita em esvaziar o Estado das suas competências.
3. "O modelo de políticas públicas tem de mudar. Temos de transferir risco para os cidadãos e não transferir proteção".  Pergunta o cidadão: porque não procurar maior equilíbrio entre humanização dos mercados e eficácia da intervenção do Estado?  
Afinal qual é o modelo que queremos? Qual é a estratégia para Portugal? Para a eficiência económica e para o aumento da produtividade nacional? Para a justiça social? Os portugueses têm paciência, mas não têm toda a paciência do mundo. Para já estou certa que nos devia ser atribuído o prémio Nobel da Paz 2012.

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