Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, em mim, converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como soía.
Luís de Camões
Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.
A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.
A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.
10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
Publicada por
Paula Nobre de Deus
à(s)
terça-feira, junho 10, 2008
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1 comentário:
Senhora Deputada,
Antes de mais gostaria de a felicitar pelo seu blog e lamentar não ter participado mais cedo, mas ou o tempo era escasso ou os temas não se adequavam a comentários.
Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades
Muda-se também o respeito pelo Nosso Hino e pela Nossa Bandeira.
Por estes dias a Bandeira Nacional desfraldada esvoaça livremente em quase todas as janelas e varandas deste país. Também nos automóveis é frequente verem-se uma, duas bandeiras às vezes mais, como se a quantidade de bandeiras em cada carro correspondesse à paixão que cada um de nós nutre pelo nosso país, devo ser certamente apátrida, confesso que não tenho nenhuma e não me sinto menos português que os outros por isso.
Não teria escrito este comentário apenas por haverem bandeiras um pouco por todo o lado, mas pelo que vem a seguir.
Passada a euforia do Europeu de Futebol, ou a ressaca de um mau resultado e eis que essas bandeiras que eram o orgulho do país se tornam em velhos trapos que entopem as sarjetas das cidades, que decoram tristemente os extremos das faixas de rodagem das nossas estradas e vias rápidas, ou ainda aquelas que apodrecem nos seu mastros improvisados penduradas nas janelas das habitações num triste e degradante espectáculo que se repete a dois anos. E isso sim, faz sofrer os apátridas como eu! Aprendi a respeitar a bandeira e aquilo que ela representa para um povo - o nosso - e entendo que neste momento se perdeu o respeito pelos símbolos nacionais, gostaria que fosse diferente e nunca mais se visse uma Bandeira Portuguesa a ser pisada numa qualquer rua deste país, amarrotada, sem história, como se nós, enquanto povo, não tivéssemos uma alma nacional.
Mas não é só em relação à bandeira que esta questão se põe, também em relação ao Hino Nacional me parece que se caiu no exagero. Por cada vitória futebolística que a nossa selecção consegue, o país exulta de alegria, eu também, mas isso não me leva a cantar o Hino, na maioria das vezes mal cantado sem respeito pela letra, por pessoas muitas vezes já embebidas em álcool, fruto de muitas horas em locais públicos, onde se bebe uma marca de cerveja que utiliza o Hino Nacional nos seus spots publicitários, sem qualquer respeito pelo Hino e pelo País. Pergunto-me muitas vezes se não haverá legislação que regule este estado de desrespeito pelos símbolos nacionais, e se existe, porque não é usada, pelos menos para controlar esta cruel publicidade cervejeira!
Frederico Madeira
GMPTIP
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