Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.

A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.

Assembleia da República dá voz às pessoas mais idosas e debate os novos desafios do envelhecimento activo




Durante o dia de hoje, participei no Colóquio Parlamentar “Envelhecimento e Cidadania Activa”, com o objectivo de ouvir as pessoas idosas sobre as suas necessidades e novos desafios, organizado pelas Comissões Parlamentares “Trabalho e Segurança Social” e “Ética, Sociedade e Cultura” que integro.


Ao longo do dia o isolamento e a solidão foram dois dos problemas mais referidos, tanto das pessoas que estão em suas casa como as que estão a viver em lares. Assim, um dos desafios consiste no reforço da socialização das pessoas idosas, o que passa também por uma maior à família, sendo necessário reinventar novas formas de manter a ligação entre as pessoas idosas e a sua rede informal.


Além dos dramas e das dificuldades que atingem muitas das pessoas idosas e que foram amplamente debatidos, tivemos oportunidade de ouvir diversos testemunhos que abrem novas perspectivas sobre o envelhecimento.


As palavras da Dra. Raquel Ribeiro, 84 anos, ilustram de forma clara o sentimento das pessoas idosas dos nossos dias, do futuro: “É uma grande alegria ver como nós continuamos a ter faculdades por explorar e sentirmos que somos úteis, porque este também é o nosso tempo por isso é fundamental apelar à sua participação na sociedade. A sociedade precisa da nossa experiência, do nosso conhecimento, da nossa autonomia e solidariedade”.


Segundo, o Dr. Luís Barbosa, Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, um homem de proveta idade que sustenta que a idade está no espírito de cada um, a vida de um idoso decide-se todos os dias entre as sete e as oito horas da manhã, é nesse momento que decide se fica ou se prossegue a sua vida. Em relação à sua experiência à frente da Cruz Vermelha adianta que: “Esta experiência de voluntariado é muito interessante, sinto-me bem e útil.” Acrescentava outra das intervenientes no colóquio parlamentar: ”Nós não temos tempo livre, temos o tempo da vida para viver”.

Carlos Pinto Coelho alertou para a necessidade de pensarmos que o tempo e a duração do tempo não são exactamente o mesmo, nem significam o mesmo para as pessoas em geral, e especialmente para as pessoas idosas que precisam de ter um espaço especial de participação. Em sua opinião é preciso, por exemplo, desafiar as pessoas com larga experiência nas mais variadas áreas, a darem o seu contributo pró-activo em fóruns especializados, valorizar o seu saber, e remunerá-las pela sua prestação.

Das várias intervenções fica claro que os idosos de hoje não são um grupo homogéneo, têm necessidades diversas, já não se resumem à condição de um grupo que durante décadas se definia pela sua condição de pobreza. Embora as pensões sejam tendencialmente baixas, fruto de uma vida de baixos salários, a situação começa a alterar-se, sobretudo com os novos idosos que têm necessidades muito diversas que passam por exemplo, pelo acesso à cultura. No século XXI as pessoas idosas apresentam-se como um grupo cada vez mais heterogéneo que deseja aprofundar a sua formação e continuar a aprender ao longo da vida.
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Para os políticos com intervenção na área das pessoas idosas e muito particularmente para os autarcas, deixo duas sugestões:
  • Consulta do “Guia Global das Cidades Amigas das pessoas Idosas,” da Organização Mundial de Saúde, numa edição da Fundação Calouste Gulbenkian.

  • Participação no “Fórum Municipal para as pessoas com 50 e mais anos”, que se vai realizar a 9 de Julho, no Fórum Lisboa.

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