Eu ainda sou do tempo em que ouço contar aos mais velhos que no seu tempo de criança, poucas eram as que completavam a escola primária e ainda menos as que continuavam a estudar, uma grande percentagem não ia além da segunda classe. As razões são conhecidas. Num país profundamente rural, durante um longo período da nossa história, foi esta a condição da esmagadora maioria das crianças portuguesas.
A realidade é que muitas dessas crianças são os adultos que hoje frequentam o Programa Novas Oportunidades. Portugal evoluiu imenso desde 1974, mas em pleno século XXI as marcas do passado continuam a reflectir-se na vida de muitas pessoas. A história não está assim tão distante. Assim, e porque todos conhecemos os efeitos que teve no desenvolvimento da sociedade portuguesa, temos o dever de defender intransigentemente o investimento na escola pública para todos.
O seu nome é João mas pode chamar-se Zé ou Carolina, na realidade pode ser qualquer das crianças que frequenta agora o primeiro ciclo e que está a ser preparada para enfrentar o futuro como nenhuma geração o foi. Na escola pública, o primeiro ciclo está finalmente a ser planeado para oferecer as condições que muitos pais diziam só encontrar no ensino privado: conciliação entre o horário da escola e o horário de trabalho dos pais; almoço fornecido pela escola, e actividades extra-curriculares.
É este ciclo de mudança na vida das crianças que não pode ser interrompido. O inglês é a expressão mais acabada desta evolução. Numa sociedade aberta, onde a circulação de estudantes e trabalhadores é cada vez maior, a capacidade de comunicação é fundamental e o inglês é a chave para ir mais longe. O investimento na política para a infância e juventude é um dos desafios da sociedade portuguesa para o século XXI. É curioso constar, por exemplo, que o desenvolvimento de países como a Índia passa pelo facto de ser um país onde se fala inglês.
O acesso às novas tecnologias complementa uma nova visão do primeiro ciclo, da importância que tem na formação dos nossos alunos. Ainda recentemente, tive a oportunidade de ouvir a nossa maratonista Rosa Mota manifestar a sua satisfação pela introdução da educação física no primeiro ciclo. De igual modo, se pode falar da música ou da dança, áreas que contribuem para a formação integral dos alunos.
Este investimento prolonga-se na qualificação de todo o parque escolar, nomeadamente nas escolas do ensino básico. Os exemplos são inúmeros e vão desde a requalificação das escolas que é exemplo a construção de novas de escolas como é o caso das EB1/JI, no Bacelo e nos Canaviais, em Évora e de novos centros escolares, em Pias, no Alandroal, Portel, Redondo e Montemor-o-Novo.
As autarquias também aceitaram o desafio, arregaçaram as mangas e “meteram mãos à obra”. Esta é uma proposta de esquerda que tem potencial para transformar por completo da educação das crianças portuguesas. O alargamento da rede pública deve continuar. A oferta no pré-escolar, creches e ATL tem de se expandir. O investimento não está concluído, como em qualquer grande empreitada há dificuldades a resolver mas temos de continuar a construir esta obra magnífica com o esforço de todos, em particular dos professores.
Hoje, o João não tem medo do futuro, é um aluno curioso que sente confiança no seu percurso e por isso tem coragem e segurança bastante para continuar a avançar no caminho do conhecimento. Eu tenho confiança, acredite: juntos vamos conseguir! Aposte na educação de todas as crianças, na certeza que com o Partido Socialista este investimento está garantido. Os alicerces estão a ser construídos e Portugal está maior!
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