Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.

A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.

Porque é que as mulheres também se abatem?



morreu mais uma mulher vítima de violência.

1 comentário:

Joaquim Carrapato disse...

Neste tempo, sem tempo para nada, as mulheres tem que ter tempo para tudo. Estão nas creches, nas escolas , nas consultas na cozinha, nos espectáculos e secam as lágrimas aos filhos quando estes choram porque querem a mãe. Há sempre coisas a mais. Um relatório, um mapa estatístico do número de mulheres mal tratadas, a preparação de uma aula ou de uma conferência, uma reunião de trabalho, uma reunião de pais, ouvir relatos de mulheres vitimas de abusos, e os filhos adormecem no infantário ou na creche porque entretanto fez-se noite, muita noite!...

Naquele tempo chegava a casa e já tinha o almoço na mesa, e o lanche e o jantar, a mãe chegava sempre primeiro, aliás estava lá sempre!

Naquele tempo batiam nas mulheres os heróis de taberna. Eram homens rudes, bêbados, iletrados, rurais, para quem a mulher não passava de um objecto sem direitos mas com a obrigação de servir.

Hoje bate-se nas mulheres! aliás, matam-se as mulheres! neste tempo de homens cultos, urbanos, de formação académica superior!

Mas então não aprendemos nada?

Noutros tempos a sociedade condenava mas os tribunais não. Hoje a sociedade continua a condenar e os tribunais estão na mesma.
Qualquer bom Advogado, sim, porque há muito bons advogados, facilmente demonstra em tribunal que o seu constituinte só tem dois ou três neurónios e portanto aquele acto irreflectido de matar a mulher à pancada ficou a dever-se ao facto de os referidos neurónios não se entenderem muito bem e por vezes esse desentendimento resultar em violência descontrolada, provocando alguns pequenos danos tais como a morte de pessoas. O que é preciso agora é cuidar dos vivos, neste caso do seu constituinte, que viu a sua reputação seriamente afectada nomeadamente no cargo de gestor de uma multinacional bem como o cargo de administrador não executivo duma empresa de detergentes para a loiça e ainda o lugar de professor convidado de várias universidades em Portugal e no estrangeiro. Por todos estes danos, morais, patrimoniais e outros a estudar oportunamente, irá pedir uma indemnização embora não saiba ainda a quem, mas tudo indica que será ao Estado porque, tendo nascido num hospital público, a falta de neurónios deveria ter sido detectada à nascença evitando-se assim mortes desnecessárias. Entretanto mulheres vão morrendo.

Percebo que formule apenas a questão neste dia em especial. Por mim, aproveito abusivamente este espaço para pensar em voz alta. Julgo que não devo pedir desculpas por isso.



as mulheres abatem-se porque há homens que não prestam