Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.

A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.

Código Político e a Coligação das Oposições

Em Hollywood tudo é possível, até escrever guiões como aquele em que os homens se unem para tramar um coelho (para quem viu o famoso filme: Quem Tramou Roger Rabbit, sabe do que estou a falar), mas até no cinema o bom senso ditou que se escrevesse um guião para desenhos animados. Aos partidos políticos da oposição, que se unem para aprovar medidas que não correspondem aos programas de Governo e autárquicos e que comprometem o exercício político, por incapacidade de solvência financeira, pede-se que assumam uma postura de Estado e não se aliem na falta de bom senso ( leia-se populismo).

Entre a realidade e a ficção existe o quotidiano das pessoas, encontra-se a objectividade da vida com a qual todos estamos responsavelmente preocupados. A diferença é que uns têm a efectiva responsabilidade de governar e outros não têm. E quando eles se coligam (os que não tem tal responsabilidade, creio que inclusive se esqueceram que tinham programas próprios), o resultado está à vista:

1. As oposições, num só dia, fizeram uma aliança que lhes valeu a aprovação de quase uma dúzia de diplomas que têm como resultado a diminuição certeira do Orçamento de Estado, em muitos milhões de euros.

2. Na autarquia de Évora, coisa menos inédita, o PSD, a CDU e também o BE, coligaram-se para aprovarem a ausência de pagamento de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) no centro histórico, por parte de todos os proprietários (ricos e pobres), quer preservem ou não, as suas moradias.

É sabido que o nosso deficit estrutural, muito agravado pela crise económica e financeira internacional, não se resolve apenas com a recolha das receitas em apreço, o que não significa que sejam dispensáveis para fazer face à pressão da despesa pública. De igual modo, é sabido que mais do que a coisa, está em causa a concertação da oposição que curiosamente passou a ter visões comuns da gestão pública. É caso para perguntar: Quais serão as próximas surpresas?

Em democracia não há espaço para dogmas, o diálogo e a negociação são requisitos essenciais. De igual modo o direito de protesto e o exercício da manifestação, são formas de pressão legitimas. Há questões da sociedade e temas políticos dados à divergência de opinião por questões ideológicas ou outras. No entanto, a oposição coligar-se para boicotar a governação é coisa diferente, no mínimo é um acto questionável em democracia.

O que é que o cidadão comum pode dizer de tudo isto? Que em nome da transparência os partidos da oposição, da direita à esquerda, deviam ter ido coligados a eleições? Que afinal devia ter votado na oposição para que fosse o PS a governar? Lá que isto é estranho é! Curioso este País, onde como diz a canção: " São os loucos de Lisboa/ Que nos fazem recordar/ A Terra gira ao contrário/ E os rios nascem no mar".

1 comentário:

Ruither Ferrão disse...

Olá Paula,
Fiz uma visita ao seu blog e achei muito interessante.
Parabéns!
Um abraço.