Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.

A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.

A comunicação social e a criança

Numa sociedade plural a comunicação social desempenha um papel de extraordinária importância. Todos sabemos o valor que representa para o bom funcionamento da Democracia. E por isso, a qualidade do jornalismo é uma questão fundamental. Cada vez mais se veêm profissionais especializados em sectores muito particulares, da economia ao desporto. No entanto, ainda nem todas as temáticas beneficiam da mesma atenção. Aqui entram as questões sociais e particularmente da infância.

O papel da comunicação social não é só somente sinónimo de informação; constitui também o seu corolário pedagógico. É uma função que, para ser exercida com responsabilidade, exige o mais absoluto respeito pela deontologia de quem exerce a profissão de jornalista; é um desafio àqueles que, tendo os meios de divulgar o conhecimento do que se passa nas sociedades e no mundo, têm oportunidade de fazer corresponder o seu próprio comportamento ao que denunciam nos outros e na sociedade.

O desejo de divulgação de certas situações ou de reparação de injustiças, leva por vezes, os mais incautos a ter um comportamento apressado que em nada contribui para a qualidade do esclarecimento da opinião pública, nem vai ao encontro do interesse público. A abordagem dos acontecimentos acaba por ficar reduzida às próprias impressões do jornalista e transmitir uma leitura parcial e simplista da realidade.

Tal atitude é particularmente visível naquilo que diz respeito à abordagem das questões sociais, que geralmente estão associadas a situações dramáticas, nomeadamente de pessoas em especial vulnerabilidade. Por isso mesmo, têm de ser tratadas com jeito. Além de apelarem a um enorme sentido ético, exigem dos jornalistas um sentimento de profundo respeito pelos direitos humanos e pela dignidade da pessoa.

Assim, é imperioso que também avancem para a especialização nas áreas sociais. Esta será certamente a principal chave para desenvolver a sensibilidade jornalística na abordagem de situações de grande complexidade na vida das pessoas, como é comum sempre que estão em causa questões sociais e por sua vez, potenciar a qualidade da informação. Certamente, há quem tenha chamado a si este desafio, eu própria já tive oportunidade de conhecer jornalistas que o fizeram, mas a sociedade precisa de mais, muitos mais.

Enquanto assim não for, o circo das emoções vai continuar. a gritar mais forte e a explorar-se a sensibilidade dos cidadãos que, na sua boa fé, tomam como verdade relatos pouco rigorosos dos problemas. O sensacionalismo vai ganhando espaço ao papel informativo e pedagógico.

Entretanto, vão-se tramando os que têm menor capacidade de representação: as crianças, cuja imagem é publicamente explorada pelas piores razões. O resultado são os episódios mediáticos a que infelizmente continuamos a assistir em alguns programas televisivos em que o rigor não é o seu objectivo.

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