No momento em que se comemora o Dia da Europa valerá a pena determo-nos naquilo que hoje representa a União Europeia, 27 Estados-Membros e cerca de 500 milhões de cidadãos que trabalham juntos para a paz e desenvolvimento, e nos desafios com que se confronta.
Os valores "tolerância", "solidariedade", "democracia" e "liberdade", são a melhor expressão do avanço civilizacional da Europa. A construção do Estado Social assenta nessa matriz cultural, situação que não se observa na generalidade das sociedades do mundo.
No entanto, a política social não é a única responsável pela garantia do modelo social europeu. Como diria Maria João Rodrigues, o modelo social europeu também tem de ser sustentado por políticas económicas mais ambiciosas na óptica social-democrata. Acredito que aqui residirá um dos grandes desafios da União Europeia deste século.
Por isso, a União Europeia deve ser protegida do ataque daqueles que pretendem ver cair por terra um mosaico de culturas que tem o mérito de se organizar em questões fundamentais do desenvolvimento. De facto, se abrirmos portas aos que atacam a União, estamos a enfraquecer importantes conquistas da humanidade e abrir espaço a formas de desregulação tendencialmente perigosas.
Perante a concorrência das grandes potencias económicas mundiais, por exemplo, da Rússia, da China, Índia e Estados Unidos, será que a Europa terá alternativa a apostar no aprofundamento da União Europeia? A recente crise financeira, que rapidamente se alastrou à realidade económica, assumiu uma dimensão tal que dificilmente um pequeno Estado, como Portugal, teria capacidade para lhe fazer frente isoladamente.
Em Portugal, a importância da União Europeia vê-se bem à luz das modificações ocorridas depois da adesão, em 1986. Os fundos europeus foram essenciais para que Portugal conseguisse superar os efeitos de décadas de atraso em todas as frentes. É evidente que o sucesso não é absoluto, mas o apoio da então CEE foi determinante ou alguém imagina que conseguiríamos avançar sozinhos?
Tudo indica que as políticas regionais europeias têm sido fundamentais para melhorar a situação económica e social de muitas regiões e por sua vez, para aumentar a coesão e diminuir as assimetrias existentes. Isto não significa que tudo seja perfeito, mas a União Europeia é uma plataforma colaborativa fundamental para o desenvolvimento e afirmação dos países europeus.
E finalmente, há um outro desafio (entre tantos outros) que a Europa tem de enfrentar: o sentimento de pertença e a aproximação dos cidadãos à União Europeia que apesar de todas as suas virtualidades ainda continua a estar muito associada às questões estritamente económicas.
Enquanto esse trabalho não avança, podemos sempre ligar para um número europeu gratuito: 00 800 6789 10 11, que visa esclarecer as dúvidas dos cidadãos relativamente às políticas e actividades da UE e aos direitos dos cidadãos europeus.
Os fundadores da União Europeia sonharam com um continente que seria um dia um espaço de paz, onde as pessoas, os bens, os serviços e o capital podiam circular livremente. Depois de todos os avanços que houve, resta-nos decidir se desejamos continuar a dar corpo à utopia europeísta.
Sem comentários:
Enviar um comentário