Na Assembleia Municipal de Évora, que se realizou ontem, fui a primeira subscritora de uma moção aprovada por maioria, com os votos do PS (e uma abstenção) e PSD (uma abstenção), e com a abstenção da bancada da CDU.
Moção
CIDADANIA POR UMA ÉTICA DE ESPERANÇAHoje em dia vivemos tempos confusos, tempos marcados pela imprevisibilidade das mudanças. Por isso, são também tempos de expectativa num mundo novo. Deseja-se uma esperança activa que faça emergir o melhor dos povos e afirmar uma cidadania mais forte.
Essa esperança supõe uma ética associada a um compromisso de responsabilidade por parte de todos e, muito especialmente, de quem tem o papel da governação das sociedades. Se os dias são de dificuldade, não é o momento de baixar guardas e nos entregarmos ao pessimismo, mas sim de termos uma atitude optimista e de continuarmos a abrir novos caminhos para o desenvolvimento das sociedades. Os desafios também passam por cada um de nós, pela força que cada pessoa coloca naquilo que consegue fazer.
Numa época em que a situação económico-financeira internacional se faz sentir em muitos países europeus, bastiões seculares dos direitos humanos, é necessário mantermos a lucidez para reinventarmos o projecto político da União Europeia. Portugal foi um dos países que comprovadamente, mesmo contra as dúvidas dos mais cépticos, beneficiou com a adesão à UE, então CEE. Se quisermos ser honestos, todos nos lembramos dos investimentos que foram realizados e que transformaram a imagem de um país conservador, marcadamente rural, numa sociedade aberta e moderna, onde a educação e a saúde deram enormes passos.
Também Portugal, afectado pela força da conjuntura, necessita de continuar a navegar. É esse o esforço que tem vindo a ser feito, mas em nome da verdade, é preciso assumir que as coisas mudaram. O Estado, a sociedade civil e o sector privado, têm de se repensar profundamente e evoluir. Estamos todos convocados para a construção dos novos tempos, para unirmos esforços na manutenção de uma sociedade coesa e na edificação de soluções criativas para superar as dificuldades.
A confiança, entre a sociedade civil e o poder político, tem de sair reforçada dos tempos de turbulência. Isto exige uma cultura política de verdade, um discurso sério que fale das dificuldades reais, sem rodeios mas com a determinação de os superar. Talvez seja este o traço mais importante em que temos de nos empenhar. É preocupante, embora não surpreenda, que alguns tentem minar essa relação para tirarem daí novas vantagem, aumentar a desregulação na sociedade e a instabilidade, em nome de projectos sectários que estão nos antípodas do interesse geral. Mas muitos ainda se lembram da facilidade com que nessas condições emergem doutrinas totalitárias.
Na entrada de um novo Ano, a Assembleia Municipal de Évora apela à mobilização e à organização da sociedade civil na construção de novos tempos. A cada cidadão e cidadã, deixa uma palavra de confiança no futuro e de esperança nos caminhos do desenvolvimento das sociedades, construídos pelas mãos de todos nós.
O Grupo Municipal do Partido Socialista.
17 de Dezembro de 2010.
1ª subscritora
Paula Nobre de Deus
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