Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.

A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.

PRESIDENCIAIS 2011- DESÍGNIOS DE UM PRESIDENTE

No rescaldo das eleições já muito foi dito sobre o significado da abstenção e da distribuição dos votos. De tudo o que tem sido dito, importa registar a ideia que a partir destas presidenciais já não há regresso ao passado, a candidatura de cidadãos directamente da sociedade civil veio para ficar.

Se os partidos políticos não se apresentarem a eleições com os melhores candidatos, podem ter surpresas. A eleição de cidadãos fora do espectro partidário não significa, exactamente, um reforço da qualidade da cidadania política e que a demagogia não aumente, bem pelo contrário. O desafio está do lado dos partidos políticos. É a estes que compete demonstrar que são um factor de confiança no ordenamento político português. Eu acredito que são.

Quanto aos tempos que correm, seria interessante ouvir do Presidente da República um discurso galvanizador. Precisamos de quem fale para o futuro, de sentir a força da esperança. De um líder espera-se que transmita segurança mesmo quando a não tenha. Por isso, a sociedade portuguesa só pode esperar que exista um clima de cooperação entre o Presidente e o Governo.

A lucidez e o realismo perante as dificuldades, são atributos perfeitamente compagináveis com uma atitude inspiradora de coragem e de confiança em dias melhores. O País precisa de uma aliança transpartidária para a superação da crise.

Do Presidente espera-se que exerça uma função moderadora, reforçando a unidade nacional, e que ultrapasse questões menores que não estejam à altura das verdadeiras questões nacionais. Precisamos de políticos que ultrapassem situações de impasse e se empenhem na procura de entendimentos.

O Presidente da República não deve criar a ilusão que pode fazer coisas que não estão na sua esfera de competências, mas tem muito que fazer se exercer com empenho a magistratura de influência que lhe compete. Desde logo, tem o papel simbólica de contribuir para um clima de coesão social e de paz.

Esta semana aconteceu um episódio que nos deve fazer pensar a todos e sobretudo, a quem exerce o cargo máximo de um País. Nelson Mandela deu entrada no hospital e a África do Sul ficou siderada com a possibilidade do ex-presidente sul-africano e símbolo da luta contra o apartheid, não recuperar.

Este homem esteve preso 27 anos, dos 44 aos 71 anos, em Robben Island onde foi sujeito a trabalhos forçados. Mas sabia que tinha uma missão a cumprir para com o seu País e após a sua libertação desencadeou um processo de negociações com o último Presidente do regime branco, Frederick de Klerk, que culminou na instauração do regime democrático e no fim do apartheid.

O que ressalta com clareza da história deste grande Homem é a sua capacidade de reconciliação, a sua visão humanista, condição que se deseja de um grande estadista. Por isso, Nelson Mandela pode ser considerado o "último herói vivo" do século XX.
O mundo continua a precisar de grandes estadistas!

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