No passado dia 5 de Junho cumpriu-se mais uma etapa da Democracia. Agora, o exercício que o Partido Socialista tem de fazer é assumir o seu compromisso ideológico com os valores da esquerda democrática e continuar a nortear a sua acção em prol do desenvolvimento socioeconómico, sustentado por serviços públicos de qualidade.
Três boas razões para escrever esta crónica.
Primeira razão: a campanha do PS em defesa do Alentejo.
Durante os quinze dias em que decorreu a campanha tive orgulho de integrar uma equipa dinâmica, de pessoas que deram o seu melhor para defenderem as propostas do PS. Em todos os lugares apareciam pessoas a darem-nos força, com esperança na vitória, e a prova foi que o PS ganhou no distrito de Évora.
No Alentejo, a obra realizada é prova do compromisso do Partido Socialista com a nossa região. Já escrevi muito sobre o investimento que ocorreu na generalidade dos sectores e foi gratificante constatar isso durante a campanha. É justo reconhecer o que foi bem feito.
Segunda razão: reconhecer o direito à alternância política.
No dia das eleições, José Sócrates deu um exemplo de grande dignidade política. Na vitória ou na derrota devemos sempre respeitar o adversário e conformarmo-nos com a decisão da maioria. Em política o interesse público deve estar sempre acima de estados de alma. Assim, se vê o sentido de Estado de cada político.
O discurso do Primeiro-Ministro cessante traduziu o que pensavam todos aqueles que participaram na implementação de um programa de Governo com medidas duras mas que acreditavam ser importantes para promover Portugal e defender o Estado Social.
Agora iniciou-se um novo ciclo político no PS. Neste momento, o Partido precisa ler os sinais da sociedade e avançar com um projecto renovado, com uma liderança que inicie realmente um novo ciclo. António José Seguro é o candidato melhor posicionado para desencadear uma outra dinâmica e afirmar o projecto socialista.
Terceira razão: acreditar na força do PS.
A identidade do Partido Socialista continua a ser a referência que o País precisa para atravessar momentos difíceis. Os valores Igualdade, Justiça Social, Diferença e Progresso, são uma bússola que Portugal e a Europa precisam de continuar a defender e de pensar à luz dos desafios do século XXI.
No quadro de uma crise mundial provocada por valores liberais que preconizam um capitalismo desregrado, que atinge tudo e todos e, em particular, o coração dos países mais vulneráveis, o Partido Socialista Europeu tem o dever de repensar a sua missão e empenhar-se na manutenção da matriz humanista europeia. Este desafio é igualmente válido para o Partido Socialista português.
Portugal precisa de continuar a trilhar o caminho da mudança social, do desenvolvimento socioeconómico. Será que o conservadorismo da direita vai conseguir imprimir a dinâmica que o País precisa? O acordo com a "Troika" deve ser respeitado mas não há só um caminho para honrar as nossas obrigações. O Partido Socialista saberá manter uma atitude atenta e responsável, não abrindo mão dos seus valores.
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