Um Projecto de Esperança
A eleição do Secretário-Geral de um partido político é uma questão interna mas é também de interesse nacional. A política faz parte da sociedade e os partidos têm um papel importante em Democracia. Há muitas pessoas cansadas da política, desiludidas com o desempenho político, mas que mantêm a esperança na sua capacidade de renovação. O desafio de qualquer partido é saber reagir com inteligência ao apelo de mudança.
O Partido Socialista encontra-se num momento especialmente importante da sua vida interna, confrontado com umas eleições para Secretário-Geral, com a responsabilidade de ser o principal partido da oposição. É uma época em que os cidadãos apelam a uma nova ética política, e particularmente difícil da sociedade portuguesa.
O facto desta conjuntura ser tão especial, coloca aos candidatos a Secretário-Geral a especial responsabilidade de partilharem as suas ideias com toda a sociedade e não apenas com os militantes e independentes do PS.
Desde já faço a minha declaração de interesses para reafirmar o meu apoio à candidatura de António José Seguro. O texto da sua Moção "O Novo Ciclo" é um excelente exercício de conciliação entre ideologia e pragmatismo. Defende que a sua candidatura não é a de uma pessoa a um cargo, mas sim um movimento participado por todas e por todos os que ambicionam construir um Portugal mais próspero e justo, com a consciência de que "o nosso destino tem de ser um projecto de esperança".
Por isso, quer um partido a funcionar da base para o topo e não ao contrário, comprometendo-se com a realização de plenários de militantes em todas as federações e com a reactivação do Gabinete de Estudos que se passará a chamar Laboratório de Ideias e será o motor de um debate aberto, plural a todos os sectores da sociedade. No exercício dos cargos partidários e públicos, defende a adopção de um Código de Ética.
António José Seguro tem a noção de que hoje em dia o estímulo à participação dos militantes implica criar condições internas que permitam uma maior conciliação entre a vida profissional, familiar e política. Por exemplo, propõe que em grandes reuniões do PS sejam assegurados serviços de apoio às mães e aos pais que têm crianças.
Saúdo a coragem de reconhecer que o futuro e a matriz solidária de Portugal, cumprem-se na defesa dos direitos e do bem estar das crianças e dos idosos, e de inscrever na agenda a defesa de uma política para a infância. E tem a hombridade de chamar a atenção para o impacto do envelhecimento gradual e para a necessidade de investimento público em transferências e serviços relacionados com esta população.
Denúncia a bolha ideológica neoliberal que provocou a crise internacional que atingiu fortemente Portugal. Defende que o memorando assinado com a “Troika” não pode ser um mero exercício tecnocrático e contabilístico, que é necessário fazer escolhas e que o PS negociará as opções no seu contributo activo para o cumprimento dos compromissos internacionais. Apresenta propostas para Portugal voltar a crescer, consolidar de forma sustentável as contas públicas e criar emprego.
Uma medida simples para o desenvolvimento de Portugal, mas que representa uma mudança profunda, é a aposta na educação para o empreendedorismo. O desenvolvimento nacional não dispensa a aposta na construção de uma cultura empreendedora, que comece na educação e literacia dos mais jovens, pelo que, sustenta a revisão dos processos formativos, com a aposta em novas metodologias na educação formal e na educação não-formal.
Estes são verdadeiros passos de um novo ciclo político para cumprir Portugal.
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