Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.

A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.

Estado Social "muito, pouco, ou nada"


Mal-me-quer, Bem-me-quer

Estado Social "muito, pouco, ou nada"

 

As pessoas têm de viver, independentemente dos poderes e dos governos. Um estudo recente diz que em 2030 podemos ficar abaixo dos 10.milhões de habitantes e em 2050 abaixo dos 8 milhões. Isto significa uma coisa: os que semeiam ventos não são os mesmos que colhem tempestades, as vítimas são pessoas inocentes que não têm perspetivas de futuro.

Há outro caminho? Talvez. Todos sabemos que as expectativas sobre o futuro se constroem no presente. Como? Se nos preocuparmos com o bem-estar das pessoas. É por isso que precisamos de redistribuir o dinheiro que as pessoas pagam em impostos para cofinanciar serviços públicos que satisfaçam as suas necessidades nas áreas da saúde, da educação e da segurança social.

Isso implica escolhas. É uma questão civilizacional. Imaginemo-nos a viver, neste preciso momento, num país onde as pessoas não tinham proteção no desemprego, em que não existia um rendimento (rendimento social de inserção) para garantir uma proteção mínima àqueles que deixaram de ter direito ao subsídio de desemprego.

Não admira que se considere o Estado Social como a trave mestra de uma sociedade que quer bem às pessoas. Aqueles que teimam em construir um Estado Social reduzido ao mínimo, correm o risco de expor as comunidades à violência ou, em alternativa, à ditadura. A razão está do lado daqueles que investem num Estado que apoia os cidadãos no risco e na doença, que os defende da ignorância.

Um esclarecimento: aqueles que defendem o Estado Social são os mesmos que defendem a economia. Os que o defendem, sabem que há margem para mudar o atual modelo de desenvolvimento e avançar para um que seja mais equilibrado do ponto de vista económico-social. O Estado Social é o rosto de uma economia justa.

O Estado Social não é uma coisa que vem depois de uma economia forte porque há potências mundiais que nunca apostaram numa justa redistribuição de riqueza. As alternativas estão estudadas. Há medidas concretas para salvar a União Europeia, Portugal e as pessoas.   

Quando a Professora Maria João Rodrigues apresenta medidas para uma nova política financeira e orçamental na União Europeia, está a apontar novos caminhos. É difícil aceitar que, numa crise económica e financeira que abalou as economias mais frágeis da União, uns países se financiem a taxas de juro negativas e outros países, como Portugal, paguem juros altíssimos pelos empréstimos que precisam de contrair.

Quando economistas e empresários dizem que é necessário criar contexto para o investimento em Portugal e que tal implica uma política fiscal estável, uma justiça ágil e eficaz, e a aposta sustentada em setores chave para a nossa competitividade, estão a fazer o quê? A indicar uma estratégia. As coisas não podem andar sempre a mudar.

Moral da história? Não há. A vida é feita de escolhas. Estamos numa bifurcação: ou seguimos a sinalética que aponta “Mal-Me-Quer ao Estado Social” ou pela indicação ”Bem-Me-Quer ao Estado Social”.

 

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