Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.

A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.

Legislativas 2015 "Natal é em Dezembro; Mas em Maio pode ser..."


 

Natal é quando um homem quiser




Natal é em Dezembro / Mas em Maio pode ser / Natal é em Setembro / É quando um homem quiser / Natal é quando nasce uma vida a amanhecer / Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher.

 Os portugueses, depois de 4 anos a ouvirem as mensagens de Natal do Primeiro-Ministro, deixaram de ter esperança nas palavras do poeta Ary dos Santos. Quando olhamos para trás e nos lembramos dessas mensagens, compreendemos o descrédito de muitos portugueses no atual Governo.

Na mensagem de Natal de 2011, Passos Coelho começou por prometer um ano de "grandes mudanças e transformações, que incidirão com profundidade nas nossas estruturas económicas", e disse que "a orientação geral de todas essas reformas" num "ano determinante" seria "a democratização da nossa economia", o que não se verificou. Em 2012, com a mesma convicção, voltou a insistir que “todos beneficiarão das novas oportunidades” e insistiu na promessa que ninguém "será deixado para trás nos anos de oportunidade que temos pela frente”, realçou que o ano seguinte traria "uma recuperação assinalável do poder de compra de muitos portugueses, a começar pelos funcionários públicos e pensionistas", mas também não aconteceu.

E os anos sucederam-se, as promessas não foram cumpridas e com as medidas de austeridade que foram sendo anunciadas, as desigualdades agravaram-se, o desemprego aumentou e o Natal não chegou a muitas famílias. Os funcionários públicos ficaram sem dois subsídios (para já não falar do aumento do número de horas de trabalho) e no setor privado ficaram sem um, pagos desde então a conta-gotas. Isto para além da introdução da sobretaxa de IRS, entre outras medidas. Esta opção foi o caminho mais curto para arrasar a classe média.

 Não vale a pena insistir que o colapso da economia e das famílias foi apenas resultado de erros acumulados no passado. Todos os dias se ouvem vozes competentes dos diferentes quadrantes demonstrar que este resultou da estratégia económica do atual Governo. Assim, é absolutamente duvidoso que as medidas anunciadas num próximo programa eleitoral se desviem do caminho seguido. É uma questão ideológica.

O programa eleitoral do Partido Socialista representa um ponto de viragem, assente num trabalho refletido e ligado à realidade. Recupero as palavras sábias do poeta quando diz que Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher, para dar o exemplo da aposta na natalidade. No últimos 4 anos, assistiu-se a um evidente recuo das políticas de família, depois de um período em que o PS tinha feito importantes investimentos e que agora recupera com medidas concretas.


Destaco essa área porque só quem tem andado muito distraído das pessoas e da sua importância para a sustentabilidade do país, como tem acontecido com a atual maioria, é que não sabe que dentro de poucos anos Portugal será o país europeu com menor número de crianças e que em 2060 terá uma das mais baixas taxas de população em idade ativa.

 Os dados estão lançados, vamos acreditar que é possível mudar. Por isso, acalentamos a esperança que este ano o Natal seja em Dezembro, mas que também possa ser em Outubro, com o PS a avançar com novas políticas.

in Jornal Diário do Sul, julho 2015

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