Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.

A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.

Para que serve o Estado Social...


O Estado Social Salva Vidas Humanas

 

Afinal para que serve o Estado Social? Para proteger os cidadãos, contribuir para o bem-estar e coesão social. O Estado Social serve para salvar vidas como a de David e das outras 4 pessoas que terão morrido (desde abril de 2014) porque a equipa de neurocirurgia vascular não operava ao fim de semana, no Hospital S. José, na sequência dos cortes impostos na saúde. O mais dramático é que se tratou de uma opção política de quem defende um Estado Social mínimo.

Não é uma verdade inquestionável, como a direita quer fazer crer, que o Estado Social como nós o conhecemos tenha os dias contados porque o mundo também mudou, como se fosse uma coisa passadista. No limite, todos necessitamos dos cuidados de saúde públicos. A mortalidade infantil foi combatida de forma eficiente porque se gastou mais nas políticas públicas e se investiu em diversas frentes. Hoje ninguém coloca em causa essa decisão. Como é que um país como Portugal, onde o salário médio ronda os 800 euros, pode prescindir de respostas públicas de qualidade?

 Em boa verdade só o Estado Social defende um bom Serviço Nacional de Saúde, uma educação pública de qualidade ou um sistema de segurança social fiável. O contrário do investimento no Estado Social é a morte de vidas humanas; o agravamento das desigualdades; o aumento do abandono e do insucesso escolar; a ausência de resposta na doença; a desproteção absoluta das crianças e jovens sem uma rede familiar que as apoie; o aumento da pobreza, nomeadamente nos idosos; a desproteção na doença, no desemprego e na reforma, etc.

Se passarmos a ter uma educação e uma saúde muito piores, vamos ter um país mais desigual e vai refletir-se negativamente na nossa economia porque a questão das qualificações dos jovens e dos adultos é uma pedra de toque para o aumento do PIB e para o nosso crescimento, tal como o nível de saúde da população. Assim, não é aceitável a tese de que é inevitável o desmantelamento do Estado Social em Portugal e nos outros países europeus. Na senda do que defendem muitos economistas, a questão magna do financiamento do nosso Estado Social passará por reformas internas e, sobretudo, por mudanças na política económica europeia.

Não se trata de demagogia. A vida do David era real. A nossa vida, das pessoas da nossa família e dos nossos amigos, também é real. Por isso, o Estado Social é uma trave mestra da arquitetura deste país, do futuro do povo português. A defesa do modelo social europeu é uma aposta no desenvolvimento, na coesão social e na paz. É para isto que serve o Estado Social. Estamos certos que o Governo do Partido Socialista tudo irá fazer para o defender.       

 Dezembro de 2015, jornal Diário do Sul.

 

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