Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.

A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.

Portugal merece um povo feliz


De onde vimos e para onde vamos

 
De onde vimos? De um tempo em que os portugueses apresentam uma taxa de felicidade mais baixa (69,2%) do que a média europeia (86,2%), com a Finlândia e a Dinamarca a apresentarem uma taxa de felicidade mais elevada.

Vimos de 2014 com 10.374.822 portugueses, que representa o maior decréscimo da população residente, em Portugal, desde 2008, decorrente do forte surto migratório que conhecemos nos últimos anos. No mesmo ano, o número médio de crianças nascidas por mulher em idade fértil (15 - 49 anos de idade) era de 1,23 (valor abaixo do índice de renovação geracional que é estimado em 2,1). Retratos objetivos de um país sem ânimo, de um povo exausto.

A emigração dos mais jovens e o decréscimo do número de nascimentos nas mulheres residentes representa um país sem sentido de futuro, sem pessoas. Afastar-se da herança deixada e inverter esta tendência, é um dos grandes desafios do Governo do Partido Socialista. Para se perceber melhor de onde vimos, é importante olharmos para dados que constam do relatório A Saúde dos Portugueses. Perspetiva 2015, da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que traça o perfil da saúde dos cidadãos residentes no território nacional.

Esse relatório apresenta os resultados de um estudo realizado em 2013 pela Organização Mundial de Saúde, em mais de 30 países, onde Portugal apresenta, em termos de prevalência anual de problemas de saúde mental: a terceira taxa mais elevada (23%) de perturbações do foro psiquiátrico, depois dos EUA (26%) e da República da Irlanda (23%); o valor mais expressivo de perturbações de ansiedade (17%), e uma grave incidência das perturbações depressivas.  

É este povo, gente anónima marcada pelo desemprego e pelo empobrecimento, que agora precisa de ver sinais de mudança. Como? Com políticas e medidas concretas. Perante esses resultados, o estudo evidencia, por exemplo, a clara necessidade de aprofundar a articulação das equipas comunitárias de saúde mental com os cuidados de saúde primários, como definido na Lei de Saúde Mental e no respetivo Plano Nacional, e que tarda em sair do papel. Portugal necessita de avançar com esta proposta, tal como precisa de voltar a repor a estratégia para os cuidados continuados de saúde mental que o anterior governo oportunamente subverteu.

O equilíbrio das finanças públicas é fundamental para a saúde do país, mas o bem estar dos portugueses também passa por outras políticas e, muito concretamente, pelas políticas sociais. Só sociedades que estimem as pessoas constroem países fortes. É para este desafio que os governos estão convocados.

Para onde vamos? Para um Governo Socialista que olha para a função de proteção dos cidadãos mais vulneráveis como uma prioridade, que se propõe apostar em medidas de proximidade focalizadas nas pessoas porque Portugal merece um povo mais feliz.


Este texto foi publicado em novembro 2015, no jornal “Diário do Sul”

 

Sem comentários: