Criei este blog enquanto instrumento de aproximação às cidadãs e aos cidadãos. É um conceito simples que visa partilhar os percursos, o trabalho e a visão das coisas de uma mulher, cidadã, politicamente comprometida no exercício da sua primeira experiência parlamentar e conhecer as opiniões e sugestões de quem me contacta, por exemplo, as suas.

A José Nascimento e António Barbosa agradeço respectivamente, a fotografia e a música.

Tomada de posse do novo Presidente da República



 

Crónica de janeiro in Jornal Diário do Sul


Nós, o Presidente e o que aí vem


Marcelo Rebelo de Sousa é agora o Presidente de todos os portugueses e as expetativas são grandes. Convenhamos que, à partida, suscita dúvidas a uma parte significativa do povo português que está curioso em relação à forma como o Presidente vai passar das palavras aos atos.

No seu discurso de vitória, manifestou a intenção de fomentar a unidade nacional e promover as convergências políticas. Uma ideia forte num tempo em que a política se faz no Parlamento, sustentada nos compromissos dos partidos de esquerda. A situação do País requer muita moderação, diria que, é mesmo, um dos principais desafios do futuro. E aqui a intervenção do Presidente fará a diferença.

A sua fasquia contínua alta ao propor-se conciliar a justiça social com o crescimento económico e a estabilidade financeira. A concretização deste ideal é uma trave mestra do nosso desenvolvimento. Recordamos na nossa memória o agravamento das desigualdades sociais provocado pelo governo da direita e não esquecemos que de pouco serviu o esforço hercúleo pedido aos portugueses com vista à consolidação das contas públicas. Presidente e Primeiro-ministro passam a estar lado a lado na defesa deste ideal. Estamos expectantes em relação à atuação do Presidente.

Dadas as boas-vindas ao Presidente, fica ainda a preocupação com a sua resposta aos momentos-chave, aqueles em que a sua convicção pessoal entrar em conflito com o sentir dos portugueses ou que as imposições dos tecnocratas de Bruxelas se distanciarem dos ideais do País. Até onde irá a sua determinação e intenção de fomentar a coesão social? Espera-se que vá longe.

Os tempos em que há melhor resposta aos desafios são de congregação de esforços, em lugar de lutas fratricidas. Os tempos que aí vêm são difíceis, apelam à inteligência e ao melhor dos homens e das mulheres. Será que os ideais do Presidente vão resistir ao teste da realidade? O País espera que sim. Para trás fica uma Presidência da República a preto e branco. Da Presidência de Marcelo Rebelo de Sousa espera-se que exerça uma magistratura de influência policromada, fomentando consensos que dêem cor à vida dos portugueses.

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